Ela é um pouco onda,
As vezes acelera, as vezes ralenta.
Outrora puxa pra um lado,
Em seguita joga pro outro.
É essa coisa que todo mundo acha que sabe,
Mas ninguém explica.
É chorar baixinho, certa noite,
Pra noutra já acordar rindo de sabe-se lá o que...
É a gente achar que sabe, sem saber.
Ter medo da morte, sem morrer.
É o esforço pra lembrar daquilo que um dia vai esquecer,
A arte de inventar uma razão para o que não tem sentido.
Correr para relegião, quando percebe que está em perigo.
Ter uma ideia linda e não saber descrever.
Uma fúria domada que não para de arder.
A saudade de um amigo que já lembro o nome.
Um pensamento que se olha no espelho,
A unidade do diverso que não se conhece
A harmonia do caos pela igualdade do diferente,
A vinda que não permite a volta!
A vocação pra ser infinito,
Misturada à eterna sensação
De que ainda falta algo pra ser vivido.
C.L.